Bahia, terra do sol e da alegria
Nascida no Carnaval sou festeira por natureza e sempre tive vontade de conhecer Salvador. A ideia que tinha da capital baiana é que além de ser a terra do sol, é a capital da alegria. Confesso que minhas expectativas foram superadas, pois a cada cinco pessoas, três falavam coisas ruins sobre a cidade.
Como contei no post “Revéillon em Alto-Mar”, chegamos a bordo do Costa Favolosa no dia 29 de dezembro. A recepção no porto foi uma atração a parte, pois além de uma banda musical tocando marchinhas de Carnaval, uma baiana lindíssima, vestida à caráter, dava as boas vindas aos navegantes entregando uma tradicional fitinha do Senhor do Bonfim.
Saindo do porto caminhamos cerca de 300 metros e já avistamos o Mercado Modelo, que fica na cidade baixa, ao lado do Porto e é um dos ponto que gostaríamos de conhecer, são 120 lojinhas de artesanatos e lembrancinhas da Bahia, além de restaurantes. O prédio tem arquitetura neoclássica e é tombado pelo Patrimônio Histórico. Confesso que foi o único lugar que nos sentimos incomodados pela quantidade de ciganas que já vai pegando em você, pedindo dinheiro, e isso deixou até a Julia bem nervosa, ela queria voltar para o navio, mas, insistimos e ficamos.
Como o mercado fica em frente ao Elevador Lacerda, dá para subir por ali e ir direto ao Pelourinho. Como não sabíamos, pegamos um Uber na porta do elevador e fomos até a Igreja do Senhor do Bonfim. A Igreja não é a mais bonita de Salvador, mas com certeza é a mais famosa até por suas fitinhas e a lavagem da escadaria (que é de apenas 10 degraus).
A Igreja do Bonfim é de 1772, com a fachada em estilo rococó, e no interior azulejos portugueses do século 19 e, dentro da igreja a decoração, que está sendo restaurada é no estilo neoclássico. Tivemos a sorte de pegar o final da missa com uma benção maravilhosa. Enquanto aguardávamos o final da missa, conhecemos a salinha dos milagres e, por R$ 5,00 subimos no museu de artes sacras no segundo andar da igreja e, depois de muitos degraus, subimos na torre da igreja, de onde tem uma vista linda!
E, claro, como não falar das fitinha do Senhor do Bonfim, que eram feitas aqui em Nova Odessa (minha cidade natal, no interior de SP), todas amarradas na grade em frente a igreja deixando tudo lindo e bem colorido. O souvenir é como um amuleto típico de Salvador. Dizem que a origem da fitinha tem mais de 200 anos, na qual o tesoureiro da irmandade do Senhor do Bonfim tinha o hábito de usar uma fita amarrada no punho que, originalmente, tinha a medida do comprimento do braço direito da imagem do santo e, depois aumentaram para os três nós e os pedidos. Da Igreja, pegamos outro Uber e fomos até o Farol da Barra.
O Farol da Barra fica na ponta Sul de Salvador e é um dos cenários que nos faz lembrar da cidade, pois é palco de grandes comemorações. É desse ponto da Barra que saem os Trios Elétricos que desfilam no circuito Barra-Ondina. Lá o destaque é o Forte de Santo Antônio, que hoje é um no período colonial. Já a praia é irresistível, parecem piscinas naturais de água cristalina que é um convite para um mergulho. Não resisti e entrei um pouquinho.
Do Farol da Barra pegamos outro Uber, e fomos para o Pelourinho. Outro lugar que me surpreendeu, pois contrariando tudo que eu ouvi falar, achei limpo e bem policiado. Como em todo ponto turístico, vale estar preparado para o assédio de vendedores, baiana caracterizadas, pais de santo, guias de turismo e, nada é de graça, tome cuidado! Pode negar, agradecer e seguir em frente sem parar.
Mas vamos lá, o sonho da minha mãe era ver o Olodum ou outro grupo tocando no Pelô e, por muita sorte, chegamos em uma das ruas, já que o pelourinho é formado por ruas estreitas, ladeiras e com calçamento de paralelepípedos e vimos uma aglomeração e já fomos parando. Vários tambores já colocados no chão, para nossa surpresa ia começar o ensaio dos Timbaleiros. Só de lembrar já arrepia, que energia maluca. O som parece que toca dentro da gente e dá uma vontade inexplicável de seguir o fluxo só embalado naquele som. Foi um presente!
No melhor estilo colonial, o lugar é rico em história, com suas casas coloridas que são lojas, restaurantes, museus, teatro, escolas como a Escola Oldum e a Casa Olodum. Depois de muitas ruas estreitas,em um ponto as ruas se alargam formando o Largo do Pelourinho, local que ficou ainda mais famoso depois de 1996 quando Michael Jackson gravou junto com o Olodum a canção “They Don’t Care About Us”, que consolidou a fama mundial do Olodum. A casa azul onde Michael gravou na varanda está lá até hoje, com um foto enorme do saudoso cantor é é um dos pontos turísticos com certeza. Ali comi um acarajé dos deuses, hum!
Como estávamos na cidade alta e ainda não tínhamos ido até o Elevador Lacerda, que é um dos marcos da capital baiana, caminhamos até a da Praça Tomé de Sousa, na cidade alta e, de elevador, chegamos na Praça Cairu, na cidade baixa. Dali caminhamos de volta ao porto.
O Elevador Lacerda é o primeiro elevador urbano do mundo, inaugurada em 1873, por conta do relevo local que dificultava o transito entre as cidades baixa e alta. Ele já foi restaurado várias vezes e conta com 72 metros de altura e duas torres. Com seus elevadores (normais como de um prédio), com viagens rápidas de cerca de 30 segundos e que custam 15 centavos por pessoa. Por dia os elevadores transportam em média 28 mil pessoas.
Vale lembrar que não compramos os pacotes do navio e nem fechamos com nenhum profissional no porto, fizemos tudo a pé, pois o porto é ao lado do Mercado Modelo, Elevador Lacerda e Pelourinho, e o restante, fomos de Uber, como na Igreja do senhor do Bonfim e no Farol da Barra fica na ponta sul de Salvador. Valeu muito a pena!
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